10 agosto 2009

Fim da Linha - MPF-RS: Governadora recebeu dinheiro de fraude

Nas 40 páginas não protegidas por sigilo - das 1.239 que compõem a ação civil pública por improbidade administrativa - os procuradores do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul acusam a governadora Yeda Crusius e seus oito auxiliares e aliados políticos denunciados na mesma ação, de receber "parte dos recursos financeiros escoados do Erário" pela quadrilha que desviou R$ 44 milhões do DETRAN gaúcho.

A ação civil por improbidade administrativa contra a governadora e as outras oito pessoas - entre as quais, seu ex-marido, Cláudio Crusius - classifica o grupo ligado ao Palácio Piratini (sede do governo do Rio Grande) como “organização criminosa” e sustenta: “os réus participaram ativamente da prática de expressiva fraude."

Em um dos trechos tornados público, o documento relata que lobistas e prestadores de serviços entregavam parte do dinheiro diretamente aos gestores públicos responsáveis pela contratação, além de “outras personalidades políticas com forte domínio e influência na continuidade do esquema fraudulento, especificamente os ora demandados".

No decorrer da investigação, os procuradores levantaram a existência de 20 mil escutas telefônicas e já são conhecidos trechos de conversas entre Lair Ferst, empresário-caixa de campanha de Yeda Crusius em 2006 e um dos principais assessores da governadora, Marcelo Cavalcante. Nas gravações telefônicas eles fazem referências a arrecadação de Caixa Dois na campanha e ao uso de parte do dinheiro para pagamento "por fora" de parte da compra da mansão em que mora Yeda Crusius.

Marcelo Cavalcante foi encontrado morto no Lago Paranoá, em fevereiro deste ano, quando já tinha audiência marcada na justiça para prestar depoimento no qual, segundo antecipara a pessoas próximas, confirmaria essas denúncias relativas ao Caixa Dois.

C/A

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