15 junho 2009

NO GOVERNO ARRUDA - SUBPROCURADOR PODE SER ACUSADO TAMBÉM DE RACISMO

O subprocurador do Distrito Federal, José Luciano Arantes, poderá somar mais um crime aos seis de que já é acusado por conta de briga no trânsito, ocorrida na noite de sexta-feira, 12.

Além de responder por ameaça, desacato, desobediência, injúria, lesão corporal e resistência à prisão, poderá também ser acusado de racismo. Isso porque durante a abordagem policial teria chamado os policiais de “negros imundos” e, por essa razão, eles devem entrar com ação judicial de racismo, a partir da autorização do comando da corporação.

O caso foi registrado na 11º Delegacia de Polícia, do Núcleo Bandeirante, e revela que Arantes fugiu ao bater no automóvel de Silvana Negrão dos Santos na BR-040, por volta das 20 horas, indo rumo ao Park Way.

A condutora, indignada com a situação, perseguiu o procurador e quando o abordou, na entrada do condomínio onde mora, começou um bate-boca e agressões. “Quando ele parou no condomínio, estacionei o meu carro atrás do dele e o convoquei para uma conversa”, disse Silvana.

Mas, segundo ela, a reação foi pouco amigável, com muitos palavrões de baixo calão e vários empurrões. “Como o cara não quis conversar, peguei a chave do carro dele e coloquei no bolso. Quando uma moradora entrou no condomínio entrei enquanto o portão eletrônico se fechava”, conta. Por conta de toda aquela movimentação e os pedidos de ajuda, Silvana disse que os vizinhos acionaram a polícia, que, ao chegar, não encontrou o veículo no local, uma vez que o procurador usou a chave reserva para esconder o carro.

De acordo com o comandante do Grupo Tático Operacional, cabo Antônio Marine, que acompanhou a operação, o procurador se recusou a fazer o teste do bafômetro, dizendo que não iria assoprar nada. “Era nítido o grau de embriaguez. Ele se mostrou extremamente agressivo questionando o que fazíamos ali, dizendo que estávamos invadindo a cada dele, além de nos chamar de policiais fumadores de maconha”, disse. Segundo Marine, o procurador também chegou a lesionar o braço de um soldado chegando a arrebentar o relógio do pulso do policial.

Marine relatou que chegou a ser agredido por Arantes. “Na delegacia, ele chegou a me dar um chute nas nádegas”, disse.

Segundo o policial, tal era a alteração do procurador que foi necessário ser imobilizado com duas algemas, uma em cada braço, presas em uma cadeira. Toda a movimentação foi gravada pelo policial em um aparelho celular registrando a ordem de prisão e as ofensas feitas por ele, inclusive as ameaça de morte direcionada a um dos policiais. “Se você passar perto da minha casa é um cara morto”, teria dito o procurador, e “eu sou advogado. Vou botar vocês pra rua.”

Na delegacia, Luciano Arantes assinou um termo de compromisso para comparecer à Justiça quando houver convocação e foi liberado sem pagar fiança. Se condenado pelos crimes, Arantes poderá ficar até dois anos em reclusão.

Fonte : Tribuna do Brasil

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