28 abril 2009

Corrupção na Sedam: MPE apreende 2.400 processos, 69 servidores são afastados e 9 exonerados

Contador está preso há 30 dias. Ele abriu madeireiras fictícias em Ariquemes em nome de laranjas. Até um cavador de poço se tornou empresário madeireiro.

Membros do Centro de Atividades Extrajudiciais (Caex) do Ministério Público de Rondônia, acompanhados do secretário-adjunto de Segurança Pública, Azael Martins, fizeram busca e apreensão na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), onde apreenderam 2.400 processos de plano de manejo e licenciamento ambiental.

Em conseqüência das investigações de denúncias de corrupção generalizada na Secretaria, 69 servidores foram afastados por prazos que vão de cinco e 15 dias e 9 foram exonerados.

As investigações sigilosas do Ministério Público se concentram na Coordenadoria Florestal e Faunística da Sedam, por isso ali foram apreendidos processos e feitas cópias de todos os arquivos de computador. Mas a ação dos promotores não se limitou apenas à Coordenadoria. Todas as unidades da Sedam estão sob suspeita.

O secretário de Meio Ambiente, Cletho Muniz de Brito, ainda tentou esconder da imprensa a ação do MPE, realizada na última sexta-feira, por volta das 13 horas.

Na ocasião, procurado por jornalistas, Cletho disse que não sabia de nada - embora tenha acompanhado o cumprimento do mandado de busca e apreensão na sua secretaria.

Já em entrevista ao jornalista Léo Ladeia, o secretário admitiu que houve realmente a ação do MPE, mas que ele, Cletho Muniz de Brito, apesar de ser o responsável pela pasta, não sabe absolutamente nada e desconhece o teor das denúncias. Disse ainda que quer contribuir para as investigações e defendeu a “licitude” do trabalho da Sedam.

Mesmo “não sabendo de absolutamente nada”, o secretário confirmou o afastamento temporário dos funcionários e a exoneração de outros implicados nas denúncias. Também confirmou mudanças nos cargos de gerência.

Diversas irregularidades estariam sendo cometidas na Sedam. Entre elas, a que resultou na prisão de um um contador que trabalha com planos de manejo e licenciamento ambiental. Ele está preso há mais de 30 dias. Com a cumplicidade de funcionários da Secretaria, o contador chegou a abrir madeireiras fictícias em Ariquemes e outros municípios, tudo em nome de laranjas. Até um cavador de poço de Porto Velho se tornou empresário madeireiro no interior do Estado graças ao esquema. Seu CPF e a RG foram utilizados para abrir a firma.

Por Fatima Cleide

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