10 março 2009

Advocacia da União posiciona-se contra ação que questiona norma do CNJ sobre grampos

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário à ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a Resolução nº 59, de 2008, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece regras para o processo de autorização judicial de grampo telefônico.

Para a AGU, a Adin não deveria nem ser conhecida pelo STF, já que a resolução do CNJ, como ato normativo secundário necessário ao cumprimento de lei já existente, não poderia ser questionada pelo dispositivo usado pela PGR.

Entretanto, ainda que a ação vá a julgamento de mérito, a AGU não considera haver nenhuma irregularidade na resolução do CNJ. Isso porque o conselho está autorizado a expedir atos regulamentares no sentido de zelar pelos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, da moralidade, publicidade e eficiência no Poder Judiciário.

Segundo a AGU, a resolução trata apenas de rotinas de cartórios e formalidades administrativas que tornam mais seguros os procedimentos de interceptação telefônica.

“A função normativa e moralizadora do CNJ faz-se necessária, especialmente, em temas muito sensíveis, como as autorizações de interceptação de comunicações telefônicas e de sistemas de informática e telemática”, afirmou o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli.

por Marco Antonio Soalheiro

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