23 dezembro 2008

Opinião - O que querem os autores da "flexibilização"

Surgida há pouco mais de 15 dias, continua no calor dos debates a proposta que os adeptos eufemisticamente chamam de "flexibilização" da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e os adversários até já classificaram como "AI-5 trabalhista". É exatamente essa qualificação que exasperou um dos "pais" da tese, o empresário Guilherme Afif Domingos, do DEM, secretário de Trabalho do governo tucano de José Serra em São Paulo.

Em artigo publicado hoje na Folha de S.Paulo, Afif tenta justificar sua proposta de suspensão dos contratos de trabalho e de jogar os trabalhadores, enquanto durar essa suspensão, nas costas do governo que pagaria o seguro- desemprego. O empenho de Afif em justificar sua proposta é porque, em texto antes publicado no mesmo jornal, seu projeto foi chamado de "AI-5 trabalhista", parte de uma "quartelada".

Afif Domingos

Ok, Afif, candidato a um posto majoritário na eleição de 2010, expõe a sua proposta e quanto mais a explica, mais claro fica em que ela consiste: jogar o ônus trabalhista que a empresa tem nas costas do governo. Suspende o contrato em sua totalidade (e ele acha que isso não é nada!!!) e enquanto durar a suspensão o empregado participaria de um curso de formação profissional e receberia seguro-desemprego.

Quando terminar a suspensão e ele voltar, se a crise tiver se resolvido, tudo bem. Se não, aí é que há a demissão. No fundo, a proposta do Afif, e dos demais defensores da "flexibilização", só adia as demissões.

Por ZD

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