Por falar em descoberta da América (post abaixo), ouvi ontem pela Internet, enquanto trabalhava, o voto do ministro Marco Aurélio Mello na questão da reserva Raposa Terra do Sol.Nunca vi ou ouvi tantas idéias retrógradas, ultraconservadoras, preconceituosas, etnocêntricas, rançosas, quanto as manifestadas por esse ministro. Repetiu tudo o que as vozes mais racistas dizem por aí; a visão de uma pessoa que considera, depois de toda a Antropolgia moderna, os índios incapazes, ingênuos, manipuláveis, ou, por outro lado, espertos demais e aliados dos interesses espúrios das ONGs, merecedores apenas da tutela e da caridade dos governos, uma coisa assim meio Rousseauniana, do bom selvagem ou do esperto selvagem (o outro lado da mesma coisa).
Como se as investidas das ONgs malintencionadas, não coubesse ao controle dos órgãos pertinentes do governo, como se o conceito de "nação" indígena (grupo cultural) tivesse o mesmo significado de Estado-nação, e logo, log, houvesse um movimento divisionista no país. Nunca ouvi tanta besteira junta. Felizmente os demais, até o ministro Direito, conservador católico, resolveram cumprir a Constituição e tratar os índios, com os direitos e DEVERES, de todos os cidadãos brasileiros que são. Ainda por cima, no finalzinho, o Gilmar Mendes saiu-se com sua habitual grosseria e arrogância: "Demarcação de terras indígenas é uma questão séria demais para a Funai".
Ora veja, quer dizer que ele é o único a ter seriedade para tratar com índios. Ele é quem classifica os órgãos governamentais em sérios ou não. E há seriedade nos HCs que ele vem concedendo a criminosos ou suspeitos por este país afora?
Comentário de Vera
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