03 agosto 2008

Opinião - Para tirar os “sujos”, é preciso aprender a votar

Não adianta ter polícia competente, juiz honesto, tribunal justo, promotores sérios. Tudo isso não serve para tirar de vez os corruptos da política brasileira. Nem as Forças Armadas podem fazer isso. E assim o bloco dos “sujos” está de novo nas ruas, pronto para receber os votos dos cidadãos brasileiros, que vão elegê-los e reelegê-los. Eles estão protegidos pela Constituição, a cidadã do doutor Ulysses. Ela garante que só um tipo de corrupto pode ser impedido de disputar eleição: aquele condenado por sentença judicial definitiva, irrecorrível, coisa que praticamente não existe no Brasil. O cidadão brasileiro precisa tomar consciência de que só ele pode por fim a esse triste espetáculo da corrupção e da roubalheira que toma conta do País.

É preciso mudar a Constituição para acabar com os privilégios. E só se pode chegar a isso pelo Congresso Nacional. Nacional. Só ele pode mudar a Carta e remover dela a couraça de proteção aos privilégios que mantêm a bandidagem fora da cadeia. Mas como mudar a Constituição se boa parte dos deputados e senadores que devem - e só eles podem - fazê-lo estão fora da prisão graças a essa couraça protetora? Existe apenas um caminho: o brasileiro tem que aprender a votar. E pode começar nas eleições municipais deste ano, não votando em candidato que tenha contas a acertar com a Justiça. E nem nos que sejam cabos eleitorais de deputados e senadores com ficha suja.

Enquanto não forem retirados dos legislativos os maus políticos, tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes, e piorando. O cidadão que vota em candidato corrupto não tem o direito de reclamar quando chega a hora de pagar a conta da roubalheira nacional, que sempre cai no seu bolso. Ele é responsável por ela.

Por Egídio Serpa

Nenhum comentário: